sábado, 16 de janeiro de 2016
dos que mancham
Pensando bem, alguma coisa ficou. Seja uma manchinha na parede do quarto ou algumas sementes no coração. Algum cheiro na roupa. Algum pensamento no meio da tarde. Alguma risada no banho. Sempre fica. Esperança. Expectativa. Alguma música. Alguma caixa no canto do quarto. Algum bilhete. Alguma frase que poderia ser dita. Algum argumento (os melhores argumentos sempre aparecem depois da briga). Há sempre amor no desamor. Há sempre em cada céu uma estrela que brilhou... e cansou. Porque nada é eterno. A não ser aquela manchinha de amor. Se mancha com amor, não há sabão que tire, não há onda que leve. Então, se for pra entrar nesse jogo novamente, saiba: cê vai se sujar, e essas manchas não vão sair. Pode procurar beijos vazios na chuva pra tentar lavar. O suor de corpos desinteressados para cobrir esse borrão. Nada. Mancha de amor só sai com uma nova mancha de amor. E amores que mancham, meu amor, não estão nas prateleiras dos mercados ao lado de sabão barato.
Texto: @victorofern
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