Já tem algum tempo desde que Beck fez do seu site oficial um laboratório musical aberto. No meio do ano passado ele começou a convidar uma série de artistas para colaborar com as gravações do projeto Record Club. A ideia do clube do disco é bem simples e instigante: pinçar álbuns clássicos de ícones como Leonard Cohen, Velvet Underground, Skip Spence, entre outros e regravá-los integralmente numa sessão de 24 horas num estúdio. Contando com brechas na agenda dos convidados, assim como na sua, Beck já reuniu ilustres e novatos, gente como Jamie Lidell, MGMT, Devendra Banhart, Feist, o elemento X do Radiohead Nigel Godrich, e mais um punhado de músicos. Sem ensaio ou arranjos pré-definidos, o que interessa é captar o frescor dos primeiros takes, a espontaneidade de uma recriação a partir da memória, o registro documental de músicos reunidos trocando referências sobre tais pérolas e nos dar a oportunidade de absorver novas dinâmicas para canções incrustradas há muito em nossos cerebelos e canais auditivos.
A última jornada recria o melhor disco do INXS (!!!), Kick (1987). No estúdio, como sempre, uma combinação inusitada: os roqueiros experimentais e barulhentos do Liars, a doçura folk de St. Vincent, o tropical Sérgio Dias (Os Mutantes) e, é claro, toda a versatilidade de Beck. Gravado em 12 horas, no dia 3 de março, as canções já começaram a pipocar em posts no site do músico. As sessões, geralmente bastante inspiradas, dessacralizam as obras e contrariam, é claro, os mais xiitas. Acima e abaixo, duas sensacionais releituras em vídeo:
E mais aqui: http://www.beck.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário