segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Voce conhece Waly Salomão?

Waly Dias Salomão foi um poeta brasileiro.
Atuou em diversas áreas da cultura brasileira. Seu primeiro livro foi Me segura qu'eu vou dar um troço, de 1972 que tinha textos escritos durante uma temporada passada na prisão, paginados e diagramados pelo artista plástico Hélio Oiticica, amigo de Salomão e de quem escreveu a biografia, "Qual É o Parangolé". Em 1997, ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura com o livro de poesia Algaravias. Seu último livro foi Pescados Vivos, publicado em 2004, após sua morte.
Foi letrista de canções de sucesso, como Vapor Barato, em parceria com Jards Macalé. Amigo do poeta Torquato Neto, editou seu único livro, Os Últimos Dias de Paupéria, lançado postumamente. Suas canções foram intérpretadas por Maria Bethânia, Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto e Gal Costa, entre outros. Na década de 1960, participou do movimento tropicalista onde foi uma das peças chaves do movimento, mesmo sem se identificar tal como e assumir a posição.
Nos anos 80, aproximou-se da nova geração do rock nacional, como composições com Lulu Santos. Entre elas, "Assaltaram a Gramática", que os Paralamas do Sucesso gravaram em 1984. Na vanguarda paulistana, compôs "Zé Pelintra" (1988), com Itamar Assumpção.
Nos anos 90, Waly Salomão dirigiu dois discos da cantora carioca Cássia Eller. São eles Veneno AntiMonotonia (1997) e Veneno Vivo (1998).
Trabalhou no Ministério da Cultura, como assessor de Gilberto Gil, no início de seu mandato, e uma de suas propostas era a inclusão de um livro na cesta básica dos brasileiros.
Mas uma das coisas que achei mais curiosas em Waly Salomão, ou como ele mesmo quis, Sailormoon, um homem livre, foi a sua visão radical da idéia de prisão enquanto libertação. Sem o menor traço de melancolia, ele contou que escreveu seus primeiros poemas numa cela do Carandiru. Ele contou ainda que sem o confinamento espacial e temporal dos dias de cadeia talvez ele não tivesse escrito um só poema. A restrição dos movimentos liberou as forças poéticas. Com ele aconteceu assim. É claro que ninguém (ou quase ninguém) é doido de defender que saiamos prendendo uns aos outros para nos libertar. Mas é um grande paradoxo para se pensar...

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